
Heitor Ribeiro Filho, diretor executivo da ABVESC, representou a entidade no debate promovido pela Revista Emergência
A Associação dos Bombeiros Voluntários em Santa Catarina (ABVESC) e a Associação dos Bombeiros Voluntários no Rio Grande do Sul (Voluntersul) participaram da live “Importância, evolução e desafios dos bombeiros voluntários no Brasil”, promovida pela Revista Emergência, nesta quinta (20.agosto). O bate-papo entre o secretário executivo da entidade catarinense, Heitor Ribeiro Filho, e o presidente da associação gaúcha, Anderson Jociel da Rosa, foi conduzido pelas jornalistas Luana Cunha e Paula Barcellos. Durante uma hora e meia os dois representantes das associações falaram sobre as peculiaridades e potencial do modelo e responderam a perguntas de internautas de todo país que acompanhavam a transmissão pelo canal Youtube.
A jornalista e editora da Revista Emergência, Paula Barcellos, ressaltou que os bombeiros voluntários são importantes forças de emergência, em especial no Sul do país, onde a tradição é mais antiga. Porém, esta força vem crescendo e está se expandindo para outras regiões também. “Então, falar sobre evolução, desafios e futuro desta categoria torna-se cada vez mais importante para o serviço de emergência em todo o país”, disse.
Os representantes da Abvesc e Voluntersul também destacaram a importância das corporações de bombeiros voluntários no país uma vez que, segundo a pesquisa “Cenário de Emergência – Bombeiros do Brasil”, publicada em julho de 2018 pela própria Revista Emergência, revelou que apenas 19,28% das 5.570 cidades brasileiras têm corpos de bombeiros. “É graças às 31 corporações de bombeiros voluntários, que atendem 1,6 milhão de pessoas em 50 municípios, que faz com que Santa Catarina tenha uma das melhores relações entre postos de bombeiros por município”, destacou Heitor. Segundo a pesquisa, o Estado está em terceiro lugar no ranking nacional, com 55,9% dos municípios atendidos pelo serviço.
Anderson da Rosa, que também é comandante dos Bombeiros Voluntários de São Sebastião do Caí, argumentou que “por si só os números balizam a existência dos bombeiros voluntários”. Segundo ele, apenas 93, dos 497 municípios gaúchos, são atendidos por bombeiros instituídos pelo Estado e outros 54 têm o atendimento de voluntários. “Essa lacuna, de 350 municípios sem serviço de bombeiro, é preocupante”, afirmou. “Sabemos que, em caso de acidente de trânsito, minutos são a diferença entre a vida e a morte; em caso de incêndio, o tempo é fator determinante entre uma grande ou menor perda de patrimônio”, disse fazendo alusão à distância de deslocamento das equipes de socorro. De acordo com a pesquisa “Cenário de Emergência – Bombeiros do Brasil”, o Rio Grande do Sul ocupa o quarto lugar na lista dos Estados com mais postos de bombeiros, com cobertura de 27,97% dos municípios.

Anderson Jociel da Rosa, presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários no Rio Grande do Sul (Voluntersul)
Para ambos, ampliar a cobertura do serviço de bombeiro no país é o maior desafio no cenário nacional, caminho que passa pela aprovação da PEC 2019/218 que inclui o parágrafo 11 ao artigo144 da Constituição Federal, que dispõe sobre a criação de corpos de bombeiros municipais por meio de convênio com bombeiros voluntários – no momento a proposta aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). A bandeira também é defendida pela Comissão Parlamentar Mista em Defesa dos Bombeiros Voluntários reeditada em agosto do ano passado.
Os representantes das duas entidades ressaltam que a evolução e a consolidação do modelo nos dois Estados do Sul contribui e justifica a aprovação da PEC que vai facilitar o avanço do serviço no restante do país. “O modelo, em Santa Catarina, existe há 128 anos. Está consolidado como alternativa legal, técnica e financeira”, disse Heitor. Anderson da Rosa, por sua vez, destacou que em 43 anos, desde a criação da primeira corporação no Rio Grande do Sul, o serviço expandiu para 54 municípios.