Conhecimento. O substantivo domina a fala das equipes que participam do 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5° Desafio Catarinense de Trauma que ocorre de 19 a 21 realizados pelo Bombeiros Voluntários de Concórdia. Em busca do aprimoramento no atendimento, 42 duplas se revezam entre os boxes das provas complex (múltiplas vítimas) e standard (uma vítima) ora demonstrando suas habilidades no atendimento pré-hospitalar (APH), ora observando os colegas e ouvindo as considerações dos avaliadores.
Aprender e multiplicar são os principais objetivos das equipes de socorristas que estão no 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5° Desafio Catarinense de Trauma
São bombeiros voluntários, comunitários, civis, bombeiros militares, socorristas do SAMU e de concessionárias de resgate que em 58 provas são avaliados pelos médico Coronel BM Francisco Albert Einstein Lima Arruda, do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE); médica capitão BM Rejane Melo Marques, do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBMAP); Diego Blanco, do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (GRAU) de São Paulo; Antonio Animaru (médico) e Heriberto Ovelar, médico emergencista do Serviço Nacional de Emergências Médicas de Assunção (Paraguai), coordenados por Karina Homobomo, médica Capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBMAP).
Nos Bombeiros Voluntários de Ilhota, corporação localizada no litoral Norte do Estado, foi necessário um processo interno de avaliação para selecionar duas duplas entre as onze interessadas em participar do evento. Barbara Zimmermann e Junior Luís Santos da Silva passaram dias estudando e treinando os protocolos para conseguir a vaga. “Foram dias de estudos, abdicando de outras atividades. Foi uma evolução”, conta Bruna, bombeira voluntária há dois anos. “Estar aqui já é uma realização. Quero aprender mais, me qualificar e passar segurança nos atendimentos,” resume Junior.
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O médico Ademir de Campos, da CCR Rodovia – concessionária da Via Dutra e Rio-Santos –, é um veterano em desafios nacionais. Como responsável técnico pelos protocolos de atendimento, ele conta que muitos foram revisados a partir do aprendizado nos desafios seguindo o que é preconizado pela World Rescue Organization (WRO).
Até mesmo a identificação da equipe de trabalho foi alterada a partir da troca de experiências com os demais participantes. Ele cita, como exemplo, os coletes usados pela equipe de avaliação primária da vítima. “Adotamos um colete que observei nos socorristas de Santa Catarina”, afirma. “Aqui é um laboratório.” Rodrigo Dias, técnica em enfermagem, o segundo integrante da dupla, busca maior vivência, complementar os treinamentos já feitos na empresa. “Estou feliz por aprender com os bombeiros mais experientes”, disse.
Paulo César Carneiro da Silva e Antônio Carlos de Souza Ribeiro, do SAMU de Teresópolis, Rio de Janeiro, percorreram 1,3 mil quilômetros para participar do 6º Desafio Nacional de Trauma. A “maratona” tem propósitos bem específicos: aprender e levar a plataforma dos desafios como ferramenta de ensino para o Estado de origem. “O cuidado de fazer as coisas muito bem feitas é o que a gente quer levar para nosso Estado,” observam. Como ambos também atuam no magistério, veem no ensino superior a porta de “acesso” para cumprir os objetivos. “É uma alternativa para mudarmos o comportamento, inserir nova cultura no APH”, diz Paulo César.
De Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina, cidade com 21,9 mil habitantes (IBGE 2022) garantiram vaga nos Desafios o soldado BM Adriano Mokwa e o bombeiro comunitário Cleidivan Benedin, do 6º Batalhão do Corpo de Bombeiro Militar de Chapecó. “O nosso principal objetivo é aprimorar nosso atendimento à vítima lá na rua”, descreveu o veterano Mokwa. “Desde as primeiras participações, começamos a prestar atenção nos detalhes e, por consequência, o nosso trabalho evoluiu muito.”
Sobre – O 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5° Desafio Catarinense de Trauma são promovidos pela Associação Brasileira de Resgate e Salvamento (ABRES) – representante da World Rescue Organization (WRO) desde 2014 quando o país se estabeleceu como membro – com o apoio da Associação dos Bombeiros Voluntários no Estado de Santa Catarina (ABVESC). As competições são seletivas para os encontros nacional de 2024 e mundial deste ano que será realizado em setembro, em Portugal. Esta edição tem o patrocínio da SOS Sul – A Casa do Bombeiro, Toth Lifecare, Hasic Distribuidora e TCA Transformações Veiculares.